quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Memórias de Alfabetização ❤


O meu primeiro contato com a leitura e a escrita foi na escola, antes disso, eu não sabia decodificar nada. Aos 4 anos de idade e alguns meses comecei a frequentar o ambiente escolar. Desde cedo, as professoras me ensinavam as vogais (A, E, I, O, U), sendo essas, as primeiras letras que eu aprendi. Era um trabalho sequenciado, um dia eu aprendia somente a vogal A, no dia seguinte a vogal E, depois a vogal I e assim por diante. As atividades de fixação que eram passadas para casa tinham relação com o que foi ensinado na sala de aula. Muitas delas consistiam em tracejar, cobrir, colorir, circular ou escrever várias vezes a mesma vogal.
 Quando eu chegava em casa repetindo as vogais, minha mãe ficava muito feliz. Meu tio, o mais novo entre os irmãos da minha mãe, ficava encantado. Ele não foi alfabetizado e até hoje não sabe ler e escrever, então, cada novidade que eu aprendia e levava para casa, era encantador para ele.
  Depois que eu aprendi as vogais, fui aprendendo as outras letras do alfabeto. A professora sempre associava cada letra do alfabeto a um objeto. Por exemplo: A de árvore, B de bola, C de casa, D de dado, E de Escova e assim por diante. As atividades consistiam da mesma maneira das vogais, pintar, circular, tracejar, cobrir somente os desenhos que começassem com determinada letra.
Assim como Onaide Mendonça explica que o método silábico tem como estratégia de unir consoante e vogal formando a sílaba, e unir sílabas para compor as palavras , eu fui ensinada dessa forma. Primeiro eu aprendi as vogais, após isso a professora ensinou as demais letras do alfabeto, denominadas como consoantes. Feito isso, era trabalhado em um determinado período apenas uma família silábica, como por exemplo: a professora mandava unir a letra B com todas as vogais (A, E, I, O, U). Sendo assim, formava-se família silábica do B (BA, BE, BI, BO, BU) e o mesmo acontecia com as demais letras, até que todos da turma conseguissem formar todas as famílias silábicas. Após isso, juntavam-se as famílias silábicas para formar as palavras.

Inicialmente, a professora ensinava unir apenas duas famílias silábicas, como a família do B e do C, por exemplo, para compor uma palavra. Eu sempre tinha o cuidado de escrever a junção das vogais e das consoantes para formar as sílabas e assim tentar formar alguma palavra. Após isso, fazia-se a união com três sílabas e assim por diante. 
A partir disso, eu já conseguia soletrar algumas histórias infantis e alguns textos com palavras simples e conseguia formar outras palavras das quais a professora não trabalhava em sala de aula. Sempre que eu caminhava nas ruas, tentava ler o que estava escrito nas placas, cartazes, fachada das lojas etc.

3 comentários:

  1. Como no memorial de educação infantil, senti falta de reflexões e articulação com os referências de alfabetização.

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  2. Gostei da foto! Adorei a narrativa, você consegue descrever com leveza sua infância, dando prazer ao leitor, deixando um gostinho de quero mais...Seu contato com a leitura foi tão cedo quanto o meu...

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    1. Muito bom relembrar um momento tão significativo na minha vida. Muito obrigada!!!

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