quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Memórias de Educação Infantil I ❤


A minha infância foi marcada por muitas brincadeiras, brincadeiras estas, que deixaram cicatrizes (das quedas), as quais eu carrego até hoje. Eu amava correr. Corria para ir ao supermercado, dentro de casa, em aniversários, casamentos, formaturas e até mesmo em velórios. Não tinha tempo ruim, qualquer oportunidade que eu tinha, estava correndo. Recordo-me de um fato, o qual eu não esqueço, pois sempre que olho para a cicatriz no joelho, lembro-me de como aconteceu. Minha mãe havia mandado eu ir ao supermercado comprar um lanche para comermos, minha casa não ficava distante, só era dar alguns passos e chegava dentro de 2 minutos, mas como correr era um “hobby” para mim, fui correndo. Sempre ia pela calçada, visto que, a rua era movimentada. Enquanto corria, tropecei em uma pedra e acabei caindo na frente da casa de uma mulher, a qual a porta estava cheio de cacos de vidros. No momento da queda, consegui apoiar as duas mãos no chão para proteger o meu rosto, mas o joelho acabou entrando em atrito com o chão e o vidro, o que ocasionou em um enorme corte. Fiquei alguns dias sem conseguir andar direito, porque o local da ferida ficou inflamado e eu sentia fortes dores. Depois da recuperação, não corria como antes, apenas nos casos das brincadeiras que exigisse que a pessoa corresse.
Fui uma criança muito feliz e, diga-se de passagem: “brincadeira de criança, como é bom”. Anísio Teixeira enfatizou a importância de a criança pré-escolar ser vista não apenas sob o ângulo da saúde física, pois seu crescimento, seu desenvolvimento e a formação de seus hábitos envolveriam “facetas pedagógicas como habilidades mentais, socialização e importância dos brinquedos” (Brites, 1999, p. 81).  Os brinquedos tinham um enorme significado para mim, pois eu conseguia imaginar várias situações e isso foi muito rico para o meu desenvolvimento enquanto criança.
 Lembro-me que o único momento ruim da minha infância era quando a minha mãe não deixava eu sair para brincar com os meus amigos na rua ou quando ela me gritava mandando entrar, pois já estava muito tarde para ficar “perambulando” pela rua. Eu amava sair para brincar de esconde-esconde, pega-pega, elástico, amarelinha, boca de forno, bambolê, pique alto, mamãe da rua, sete cacos, policia e ladrão, telefone sem fio, abc cidade, panelinha, boneca entre outras brincadeiras. Pegava os cremes e a hidratação da minha mãe escondido para passar no cabelo das bonecas e quando ela perguntava quem havia pegado, eu fingia que nem estava ouvindo, até um dia ser flagrada e levar uns tapinhas no bumbum.
Demorei muito para “amadurecer”, pois todos me vinham como uma criança que gosta de dar risada de tudo, de brincar, de “traquinar” de fazer coisas que marcam a identidade da criança e da infância. Ainda hoje, me pego fazendo coisas que costumava fazer quando eu ainda era criança, principalmente as brincadeiras que já foram citadas. Sempre que tenho um tempinho, tento me reunir com os meus amigos e primos para recordar esses momentos tão mágicos e prazerosos, que me fazem esquecer até mesmo dos problemas do dia a dia.

Memórias de Alfabetização ❤


O meu primeiro contato com a leitura e a escrita foi na escola, antes disso, eu não sabia decodificar nada. Aos 4 anos de idade e alguns meses comecei a frequentar o ambiente escolar. Desde cedo, as professoras me ensinavam as vogais (A, E, I, O, U), sendo essas, as primeiras letras que eu aprendi. Era um trabalho sequenciado, um dia eu aprendia somente a vogal A, no dia seguinte a vogal E, depois a vogal I e assim por diante. As atividades de fixação que eram passadas para casa tinham relação com o que foi ensinado na sala de aula. Muitas delas consistiam em tracejar, cobrir, colorir, circular ou escrever várias vezes a mesma vogal.
 Quando eu chegava em casa repetindo as vogais, minha mãe ficava muito feliz. Meu tio, o mais novo entre os irmãos da minha mãe, ficava encantado. Ele não foi alfabetizado e até hoje não sabe ler e escrever, então, cada novidade que eu aprendia e levava para casa, era encantador para ele.
  Depois que eu aprendi as vogais, fui aprendendo as outras letras do alfabeto. A professora sempre associava cada letra do alfabeto a um objeto. Por exemplo: A de árvore, B de bola, C de casa, D de dado, E de Escova e assim por diante. As atividades consistiam da mesma maneira das vogais, pintar, circular, tracejar, cobrir somente os desenhos que começassem com determinada letra.
Assim como Onaide Mendonça explica que o método silábico tem como estratégia de unir consoante e vogal formando a sílaba, e unir sílabas para compor as palavras , eu fui ensinada dessa forma. Primeiro eu aprendi as vogais, após isso a professora ensinou as demais letras do alfabeto, denominadas como consoantes. Feito isso, era trabalhado em um determinado período apenas uma família silábica, como por exemplo: a professora mandava unir a letra B com todas as vogais (A, E, I, O, U). Sendo assim, formava-se família silábica do B (BA, BE, BI, BO, BU) e o mesmo acontecia com as demais letras, até que todos da turma conseguissem formar todas as famílias silábicas. Após isso, juntavam-se as famílias silábicas para formar as palavras.

Inicialmente, a professora ensinava unir apenas duas famílias silábicas, como a família do B e do C, por exemplo, para compor uma palavra. Eu sempre tinha o cuidado de escrever a junção das vogais e das consoantes para formar as sílabas e assim tentar formar alguma palavra. Após isso, fazia-se a união com três sílabas e assim por diante. 
A partir disso, eu já conseguia soletrar algumas histórias infantis e alguns textos com palavras simples e conseguia formar outras palavras das quais a professora não trabalhava em sala de aula. Sempre que eu caminhava nas ruas, tentava ler o que estava escrito nas placas, cartazes, fachada das lojas etc.

Memórias de Estágio ❤️



GESTÃO DE CLASSE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Amanda Santos Silva
Caroline dos Santos Novais
Gabriela Ribeiro Gomes


O presente trabalho tem por finalidade analisar a gestão da classe do professor de educação infantil de acordo com os pressupostos de Clermont Gauthier, tendo como objetivos de conhecer o planejamento da prática pedagógica do Ensino Fundamental I  e da Educação Infantil; identificar a concepção de planejamento dos professores; compreender o processo de planejamento do professor; identificar quais elementos estão presentes no planejamento. Essa pesquisa foi realizada em uma escola da rede pública municipal de Jequié, no turno vespertino, em uma turma na faixa etária de 5 anos, totalizando carga horária de 40 horas. 
A pesquisa foi realizada entre os dias 11 a 30 de setembro, no turno vespertino em uma escola da rede pública do município de Jequié, localizada em um bairro periférico. Os dispositivos utilizados para a pesquisa foram a observação direta sistematizada, entrevista semiestruturada, descrição e abordagem qualitativa e levantamento de referências pertinentes ao tema.
Utilizamos como referencial teórico Clermont Gauthier, o qual se baseia em uma série de fatores que regem o ambiente da sala de aula, desde as regras e comportamentos a serem adotados por professores e alunos em torno de um objetivo que é a aprendizagem. Trabalhamos com o texto “Por uma teoria da Pedagogia”, no qual Gauthier destaca que a Gestão da classe consiste num conjunto de regras e de disposições necessárias para criar e manter um ambiente ordenado e favorável tanto ao ensino quanto à aprendizagem. Diante disso, analisamos as práticas da professora na sala de aula comparando com os apontamentos que Gauthier coloca no texto.
As aulas observadas mostram que a professora possuía uma rotina com a turma, começava quando ela pedia para as crianças escreverem seus nomes em suas atividades do dia, para que eles pudessem exercitar a escrita. Logo em seguida era realizado a rodinha, onde cantava músicas infantis, fazia a oração, explicava as atividades que seriam realizadas no dia e logo depois trabalhava com o alfabeto. Depois as crianças iam lavar as mãos, lanchar e ir para o intervalo, depois do intervalo era realizada as atividades que foram propostas anteriormente.
Em vários momentos percebemos que a professora em questão não conseguia ter uma boa gestão do tempo da aula, há uma falta de planejamento com o tempo das atividades, aqui todo momento as crianças ficavam dispersas na sala, brincando, brigando. Muitas vezes as atividades ficavam incompletas justamente por não saber administrar o tempo. A falta de planejamento era tanta, que a professora chegou a esquecer quais atividades já tinham trabalhado com as crianças e perguntava a elas quais já tinham feito.
A sala era composta por um total de 23 crianças, mas nunca iam todos, na maioria das vezes iam de 10 a 15 crianças por dia e mesmo com o número reduzido de crianças percebemos a dificuldade da professora em conseguir articular o tempo de ensino para cada um. 
Com esse estudo, concluímos que o ato de planejar é fundamentalmente importante para promover o aprendizado, mas que se ele for feito de maneira desarticulada da realidade, perde seu sentido de norteador da prática pedagógica. 
Não percebemos nenhuma característica de um bom gestor postulada por Gauthier, o qual otimiza o tempo a ser dedicado à matéria, supervisionam o trabalho em sala  e ajustam o ritmo das atividades às necessidades dos alunos. Sendo assim, a sala por vezes era um ambiente desajustado, sem regras e a professora não conseguia controlar isso, fazendo com que o ensino e a aprendizagem ficassem prejudicados.


GAUTHIER, Clermont et al. Por uma teoria da Pedagogia: pesquisas contemporâneas sobre o saber docente. 2ª ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2006.